quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Destino do lixo e coleta seletiva em condomínios são tema de encontro em Belém

O Sindicato da Habitação, antigo sindicato dos Condomínios, em parceria com o Grupo de Combate ao Lixo de Belém e a Rede Recicla Pará se reuniram, na noite desta quarta-feira, 24, num encontro com o objetivo de esclarecer e sensibilizar síndicos e moradores de condomínios da Região Metropolitana sobre a importância e os benefícios da coleta seletiva nos conjuntos residenciais. A intenção é sensibilizar esse público e ajudar a reduzir a quantidade de resíduos despejados diariamente no Aterro Sanitário do Aurá e nas ruas dos municípios de toda a Região Metropolitana.

Atualmente, são depositadas cerca de mil e quinhentas toneladas de lixo domiciliar, por dia, no Aurá. No local, centenas de pessoas, inclusive crianças, sobrevivem do aproveitamento do lixo, expostas a sujeira e a todo o tipo de risco para a saúde. De acordo com o coordenador da Rede Recicla Pará Marcelo Rocha, entidade que reúne associações e cooperativas de catadores da Região Metropolitana, menos de 20% do que é jogado fora é utilizado na reciclagem e reaproveitamento. “Se todo mundo ajudasse, seria muito melhor, porque, hoje, somente uma cooperativa da Águas Lindas, arrecada 70 toneladas de resíduos por mês. Todo esse material é retirado das ruas, deixa de ser despejado no lixão e gera renda para quem vive como catador”, informa Marcelo Rocha.

Preocupados com a situação, o prefeito de Belém, Duciomar Costa e o secretário municipal de saneamento, Ivan santos, estiveram no seminário e confirmaram os esforços municipais para ampliar o serviço de coleta seletiva em Belém. Hoje, uma associação já conta com o apoio da Prefeitura de Belém e recolhe em média 200 toneladas de materiais que ajudam a dar mais dignidade a dezenas de famílias. “Esse assunto é de grande importância e nós agradecemos a todos os participantes aqui pela rica contribuição para a cidade. É preciso entender que a legislação avançou, mas apesar de parecer simples, nós temos questões de ordem econômica e cultural que dificultam resolver esse problema. É preciso que toda a sociedade compreenda o seu papel”, ponderou Duciomar Costa.

No bairro de São Braz, centro de Belém, um grupo de mulheres responsável pelo condomínio Jardim Socilar dá exemplo. Há cinco meses elas deram início a coleta seletiva dentro do residencial e hoje já conseguiram a adesão de mais de 70% das 202 famílias que moram no local e que agora separam o material reciclável e reutilizável, buscado periodicamente por catadores de associações e cooperativas de Belém. A pedagoga Euzadete Santos explica que a iniciativa surgiu do incômodo dela e de outras duas amigas com a quantidade de lixo encontrada nas ruas e calçadas durante as caminhadas que costumam fazer de manhã, e também com o lixo despejado por moradores, dentro do próprio condomínio. “Com a coleta seletiva, nós reduzimos os tambores de lixo de 17 para 10 e até a quantidade de material jogado pela janela reduziu bastante”, comemora Euzadete.

Com o apoio do sindicato dos Condomínios, o grupo de Combate ao Lixo de Belém, formado por profissionais liberais, juízes, promotores, advogados e outros que se preocupam com a limpeza da cidade, desenvolvem iniciativas de educação ambiental. “Nós agora estamos buscando a parceria com o poder público e temos uma reunião na próxima sexta-feira, quando vamos discutir a elaboração de uma política de resíduos sólidos para Belém”, informa a empresária Fátima Nascimento, coordenadora do Grupo de Combate ao Lixo. “Nós queremos estrutura para absorver e transformar esse lixo, estimulando empreendedores interessados em investir na indústria de reciclagem de lixo. Para isso é necessária a criação de uma política de resíduos sólidos para Belém”, defende Fátima.

Para o coordenador do Sindicato da Habitação, Paulo Ataíde, há todo o interesse dos condomínios em ajudar Belém e as demais cidades da Região Metropolitana a ficarem mais limpas. “Queresmo criar uma consciência dentro dos condomínios, para que se possa coletar e dar um fim aproveitavel para o lixo, ajudar a dar mais dignidade a famílias que hoje sobrevivem do lixão”, lamenta Ataíde.

Texto: Tânia Menezes

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